quinta-feira, 31 de março de 2011

Pesquisas comprovam: Quanto melhores as relações afetivas na família, mais chances os filhos têm de ser felizes,saudáveis e bem-sucedidos.


Na banca de revista hoje pela manhã -lugar que adoro passar antes de entrar no escritório, me deparei com a revista "Mente Cérebro", que traz na capa deste mês, uma reportagem que chamou minha atenção: "10 Atitudes para criar os filhos mais felizes", escrito pelo autor Robert Epstein - professor de psicologia e pesquisador da universidade Havard e editor-colaborador da Scientific American Mind. O autor em conjunto com Shannon L. Fox, aluno de pós-graduação da Universidade da Califórnia em San Diego, analisando dados obtidos com cerca de 2 mil pais, usando um procedimento de pesquisa conhecido como duplo-cego, chegaram no item "felicidade dos filhos".


Ao iniciar minha leitura me deparei com tal afirmação: " O que de fato funciona quando se trata de educar filhos? Pesquisadores comparam o que especialistas aconselham; o que parece funcionar; e o que os pais fazem de fato. A ciência comprova que tão importante quanto demonstrar afeto, por exemplo, é a capacidade dos adultos de controlar o próprio estresse e ter bom relacionamento afetivo com o cônjuge."


Não vou colocar aqui as "10 atitudes para criar filhos mais felizes", pois a revista é deste mês, e esta nas bancas. Mas vou transcrever uma parte da belíssima matéria, pois julgo que é uma grande verdade o que foi identificado nesta pesquisa e vem reforçar e colaborar com o trabalho que realizamos na Associação Brasileira Criança Feliz, e aqui no nosso blog - a busca da conscientização, de que as crianças e adolescentes precisam ser protegidos, das brigas e intermináveis conflitos dos adultos.


Segue parte do artigo publicado na revista "Mente Cérebro",Ano XVIII, n° 215, pg. 28.


"Nossa descoberta mais importante confirmou o que a maioria dos pais já sabe: a melhor coisa que podemos fazer por nossos filhos é dar-lhes muito amor e carinho. Isso obviamente não significa deixar que façam tudo o que querem, pelo contrário: trata-se de oferecer limites de maneira respeitosa, estar atento ao que pensam e valorizar suas potencialidades. Especialistas concordam e dados confirmam que este conjunto de habilidades é um excelente indicador de resultados positivos, seja para a qualidade do relacionamento com os filhos, seja para o sem bem-estar emocional e até para a sua saúde física. Nós também confirmamos o que vários outros estudos mostraram: estimular os filhos a tornar-se independentes e autônomos ajuda-os a ter sucesso em suas realizações.


Mas a investigação também revelou fatos inusitados. A descoberta mais surpreendente foi que dois dos melhores indicadores de bons resultados na criação dos filhos são na verdade indiretos: manter um bom relacionamento com o companheiro e controlar o nivel de estresse. em outras palavras, os filhos são afetados não só pela forma como você os trata, mas também pela maneira como se relaciona com seu parceiro, com outras pessoas - e com você mesmo.


È imprescindível viver em harmonia com o cônjuge - ainda que seja o padrasto ou madrasta da criança - e também com o pai (ou mãe) de seu filho porque, no fundo, o que os filhos querem é que seus pais (biologicos ou substitutos) se deem bem. Há muitos anos, quando meu primenro casamento estava chegando ao fim, um dia meu filho de 6 anos me levou pela mão até a cozinha onde estava sua mãe e tentou prender nossas mãos com fita adesiva. Foi um ato desesperado que transmitia a mensagem: "Por favor, amem-se, fiquem juntos". Os filho9s não gostam de conflitos, especialmente quando envolvem as duas pessoas que mais amam no mundo. mesmo em situações nas quais os pais vivem separados, é crucial adotar práticas que não firam as crianças: resolver os conflitos longe delas, desculpar-se e perdoar um ao outro (isso pode ser feito diante das crianças) e falar cordialmente sobre o outro companheiro. No Brasil aliás, uma lei sancionada em agosto e publicada no Diário Oficial da união determina que pais e mães que desqualifiquem a imagem do outro na presença dos filhos estão sujeitos a punição legal.


Reconhecer as próprias emoções e lidar com elas de maneira saudável, sem excessos, também é muito importante para uma boa criação dos filhos, mesmo quando as questões não estão relacionadas diretamente a eles. Em nossa pesquisa, constatamos que a capacidade parental de controlar o estresse foi um iportante indicador da qualidade de relacionamento com os filhos e também do nível de felicidade dos pequenos.


Pode até ser que as pessoas que se autoavaliaram como ótimos pais pontuaram mais no controle do estresse que em qualquer uma das outras nove competências. desse resultado podemos tirar uma lição bastante simples: aqueles que se descontrolam na presença dos filhos sabem que essa é uma atitude errada. Ainda que intuitivamente, ninguém duvida: manter a calma talvez seja o primeiro passo para bem educar os filhos. felizmente, formas de controlar o estresse como meditação e exercícios de repiração podem ser aprendidas, independentemente do temperamento de cada um. Para aqueles que se culpam por desenvolver atividades de lazer - o famoso "tomar um tempo só para si", seja para praticar esportes, seja para passear, fazer um curso que lhe traga grande prazer ou simplesmente namorar - de preferência longe da prole, vai uma boa notícia: essa prática faz bem não só para o adulto, mas também para os filhos".

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