terça-feira, 22 de março de 2011

Alienação Parental

O psicólogo Emerson Belo é 0 facilitador do Grupo Vivências - projeto da Associação Brasileira Criança Feliz, que tem por objetivo reunir e possibilitar a interação entre pessoas envolvidas em casos de Alienação Parental.

Ele nos encaminhou este lindo artigo que relata o trabalho desenvolvido durante seis meses no Grupo. O Emerson além de ser um profissional fantástico é um ser humano que busca sempre levar a paz e o amor por onde passa.



E a nós cabe agradecer o apoio e dedicação que ele nos dá no combate à Alienação Parental.



ALIENAÇÃO PARENTAL Um entrave para um Mundo Melhor


"...eu vi homenzarrões derramando lágrimas ao contarem suas histórias pessoais acerca da alienação; Lá eu vi homens extremamente tristes, às vezes desconcertados, lutando pelo seu direito a paternidade, pelo amor aos filhos.'


Emerson Belo[1] Nos últimos seis meses estive trabalhando como facilitador de um Grupo de Vivências em Alienação Parental – “GRUPO VIVÊNCIAS”[2] – UM PROJETO ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA CRIANÇA FELIZ. O termo Alienação Parental foi cunhado por Richard Gardner, em 1985, e se refere à situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro cônjuge, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao outro genitor. Algumas conseqüências disto na criança são: Distúrbios psicológicos (depressão, ansiedade e pânico), utilização de drogas para aliviar a dor e a culpa originada pela alienação, baixa auto-estima, problemas relativos ao gênero, em função da desqualificação do genitor atacado e, inclusive, suicídio. Trabalhar com um grupo sobre este tema foi uma novidade para mim, uma vez que o termo “alienação parental”, apesar de se referir a uma situação muito antiga, só recentemente foi oficialmente reconhecido pela Justiça (Lei 12.318/2010), que inclusive prevê punições para seus praticantes. Na área da saúde há o entendimento que a alienação parental quase sempre gera uma síndrome, a Síndrome da Alienação Parental (SAP), que se refere às perturbações psicológicas que se desenvolvem nas crianças vítimas; Neste sentido, renomadas autoridades da Psicologia e da Psiquiatria defendem a inclusão da Síndrome da Alienação Parental (SAP) no DSM-V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) e no CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde), ambos a serem publicados. O trabalho com nosso Grupo de Vivências me encantou pela riqueza de experiências que se criam quando seres humanos se encontram para falar sobre temas ligados a evolução, a luz; e os temas ligados a Alienação Parental pode ser relacionado com levar luz onde existem trevas, sejam elas psicológicas (que originam psicopatologias graves) ou as trevas que tem sido nosso sistema jurídico (cuja morosidade obriga crianças a conviverem em ambientes insalubres, sob a guarda de pessoas perturbadas emocionalmente). Em minha significativa experiência no trabalho com grupos humanos, (predominantemente freqüentado por mulheres), jamais havia presenciado algo como o que aconteceu em nossos encontros, ou seja, o nosso grupo foi 100% freqüentado por um público masculino. Tal situação me levou a fazer algumas indagações como: Onde estariam as mães de filhos alienados? A alienação parental é um problema exclusivamente masculino? As mães não sofrem deste mal? As únicas mulheres que transitaram nos encontros de nosso grupo foram as advogadas, que também coordenavam o grupo, e as novas companheiras dos pais alienados. Este fato me impressionou, pois, em minhas atividades como psicólogo, psicoterapeuta, professor e facilitador de grupos humanos, é raro em nossa sociedade “machista, falocêntrica”, encontrar homens que se reúnam para compartilharem suas experiências emocionais, para falarem sobre as coisas do coração. Outra coisa rara em nossos encontros foi o fato de que, em pleno Rio Grande do Sul, terra do “homem não chora”, eu vi homenzarrões derramando lágrimas ao contarem suas histórias pessoais acerca da alienação; Lá eu vi homens extremamente tristes, às vezes desconcertados, lutando pelo seu direito a paternidade, pelo amor aos filhos. O que fazer com estes homens diferenciados, que lutam com suor e lágrimas para terem seus filhos de volta? Nossa sociedade, seus instrumentos jurídicos (que também tem por bem facilitar a evolução individual e coletiva), tem beneficiado em muito a mulher (mãe), e com uma certa razão histórica; Podemos encontrar, no mundo antigo, várias sociedades que responsabilizavam a mulher pela saúde, nutrição e educação dos filhos, enquanto o homem se dedicava a defender a família, as fronteiras, e desenvolvia sua política externa. Mas o mundo mudou. Estamos no Século XXI, época da conquista do espaço, da evolução dos meios de comunicação e da internet, onde a mulher vai, cada vez mais, tomando conta do mercado de trabalho e do mundo fora de casa, e o homem vai aprendendo a trocar fraldas e preparar mamadeiras. Aqui no Brasil já temos até a nossa primeira presidenta mulher. Quem iria acreditar nisto vinte anos atrás? Na perspectiva de uma visão verdadeiramente justa, há que se examinar cada caso com muito mais carinho do que tem sido feito; o contrário disto colabora para uma situação de injustiça e de proliferação da doença mental. Afinal, que tipo de ser humano e sociedade queremos? Tive a oportunidade de examinar de perto alguns casos de alienação parental onde as mães mostravam claramente indícios de perturbação mental, não podendo ser consideradas (em hipótese alguma) aptas para o desenvolvimento saudável da função de maternagem. Isto me leva a pensar no quão falho é o processo que leva os órgãos responsáveis a tomar decisões tão importantes sobre a vida de pais e filhos. Outro questionamento que me fiz é sobre o advogado que defende uma pessoa claramente perturbada mentalmente. Será que este advogado não percebe a loucura de seu cliente, mesmo sendo ela óbvia? Será que ele é tão louco quanto o cliente? Será que o advogado que defende uma pessoa claramente perturbada mentalmente não pensa que sua vitória no tribunal poderá condenar crianças a um ambiente familiar propício ao desenvolvimento anormal da personalidade? Foi unânime em nosso Grupo de Vivências em Alienação Parental a opinião de que a Justiça é a maior alienadora; é a maior alienadora porque é morosa no seu trabalho de fazer justiça, e morosidade nestes casos significa corroborar para o desenvolvimento de uma sociedade doente e injusta. O tempo urge e precisamos investir mais nos estudos e nas ações ligadas aos temas da alienação parental. Há que capacitar os profissionais da justiça para que estejam aptos a reconhecerem ao menos os distúrbios óbvios da personalidade. Há que trabalhar em equipe multidisciplinar, junto com o psicólogo, a assistente social, o sociólogo, etc . . . As crianças não podem esperar; É delas que emana a esperança de um mundo melhor, e um mundo melhor se faz com mentes e corações saudáveis, com justiça e disposição para a evolução






[1] Emerson Belo – CRP 07/05609 - – Terapeuta e Educador de Visão e Abordagem Holística e Transpessoal ; Professor de Psicologia Aplicada à Naturopatia; da Escola Superior de Ciências Tradicionais e Ambientais; Experiência Internacional como Facilitador de Grupos de Aperfeiçoamento Humano (Inglaterra, França, Suíça, Espanha, Itália, Bélgica, Holanda e Israel). Clínica Ser & Existir - Rua Dr. Vale, 82 - Bairro Floresta – Porto Alegre – RS – 90560-010. Email: emersoncbelo@yahoo.com.br. Fones: (51)9647.8947 e (51)3311.5957 [2] Grupo Vivências é um projeto da Associação Brasileira Criança Feliz, previsto no Plano de metas de 2010, que tem por objetivo reunir e possibilitar a interação entre pessoas envolvidas em casos de Alienação Parental.O Grupo Vivências tem como facilitador o psicólogo Emerson Belo e iniciou seus encontros no dia 22 de julho de 2010. O Grupo tem como coordenadores: Melissa Telles Barufi, Augusto Caminha e Jamille Dala Nora. http://grupovivenciasrs.blogspot.com/

Um comentário:

  1. O grupo vivências é um lugar onde se pode encontrar a solidariedade!

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