sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tragédia no Rio de Janeiro




Confesso que choro por pouco, mas a tragédia que ocorreu ontem no Rio de Janeiro, além de me fazer chorar me deixou em luto, assim como muitos brasileiros devem estar – obviamente sem falar das famílias destas crianças que perderam a vida de forma estúpida e gratuita.

Logo me veio em lembrança um processo que atuei alguns anos atrás, onde um pai e uma mãe me procuraram em desespero, pois o filho estava usando crack, e eles já não sabiam o que fazer, mas sabiam que precisam de ajuda, pois o filho já havia batido na mãe quando esta tentou impedir que ele levasse a televisão de casa para vender. Este caso me marcou bastante, porque foi neste caso que descobri que muitas clínicas não aceitam usuários de crack, pois acreditam não ter mais recuperação. Descobri ainda que não podemos manter um usuário de drogas por muito tempo em internação Involuntária – para não se tratar de cárcere privado e por aí vai.

Lendo o jornal Zero Hora, na página 18 – Ano 47, nº. 16.651, º Edição, encontro o texto que carrega o titulo: O que fazer com esta dor?

Transcrevo aqui uma parte, pois não farei melhor.

“... São inúmeros os pontos que merecem reflexão. Ainda que a motivação do desvairado atirador do Realengo pareça resultar de um desequilíbrio psíquico relacionado ao fanatismo religioso, como se pode deduzir pelo teor da carta que deixou, crimes semelhantes registrados em outros pontos do planeta remetem a causas que podem ser trabalhadas de forma preventiva. Veja-se, por exemplo, a questão da violência escolar do Bullying: instituições que desenvolvem programas preventivos que orientam os jovens e oferecem alternativas saudáveis de esporte e lazer, vêm registrando resultados altamente positivos. Escolas que pregam uma cultura de paz, com ações práticas voltadas para este objetivo, reduzem significativamente o espaço para a violência e tragédias.

Inadiável, também, é o ataque ao problema das drogas, tanto no ambiente escolar quanto no familiar. A tolerância com as drogas lícitas por parte dos adultos é reconhecida por especialistas como estimulo para os jovens ingressarem na viagem quase sempre sem volta dos tóxicos. Compete às autoridades a implantação de políticas públicas preventivas e de programas de tratamento e recuperação, mas também é dever de pais e professores a orientação adequada, a identificação de condutas anti-sociais, a proteção e o acompanhamento de crianças e adolescentes que precisam de ajuda.

Da mesma forma, cabe aos adultos manter atenção dos jovens por armas e por diversões baseadas na violência. Embora se saiba que pessoas saudáveis e bem formadas não se deixam influenciar por apelos externos, os excessos devem servir de alerta para que não degenerem em fanatismo. Sociedades demasiadamente tolerantes com o uso e a comercialização de armas tornam-se mais vulneráveis a massacres, como comprovam as freqüentes tragédias em instituições escolares norte-americanas.

Fundamentalismo de qualquer espécie e moralismo exacerbado também merecem total atenção, tanto por parte das autoridades quanto de familiares, amigos e colegas de trabalho ou escola dos indivíduos que assim se comportam. Considerando-se que a literatura médica registra a existência em qualquer sociedade de um índice elevado de psicopatas em potencial, é decisivo que os sinais sejam identificados, para que essas pessoas possam ser mantidas sob controle ou encaminhadas para tratamento adequado. Para isso, obviamente é preciso que o poder público desenvolva uma rede eficaz de atendimento a pessoa com distúrbios psíquicos, o que infelizmente inexiste no país, principalmente ao alcance da população de baixa renda.

É compreensível que muitos brasileiros tenham chorado ontem, como fez a própria Presidente Dilma Rousseff, ao decretar luto oficial em homenagem às crianças mortas. Mas, depois das lágrimas, temos todos que agir. Há muito a fazer a partir desta dor imensa que a população brasileira compartilha com os familiares das vitimas desta insanidade inexplicável, irreparável e insuportável – mas, quem sabe, previsível.”

Um comentário:

  1. Sem grandes comentarios Mel... Estamos todos tristes com essa situaçao... Chorei muito junto de meu pai na hora do almoço que nem terminamos diante da tamanha tragedia e tristeza. Todo mundo esta triste com essa tragedia...Imagina a dor dessas familias que ninguem poderá consola-las a nao ser Deus, na fé de cada um...

    O que esta acontecendo no mundo?!

    Vamos rezar...
    Beijo no coraçao,
    Fabi

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