segunda-feira, 25 de abril de 2011

Por que?


Coordenação: Melissa Telles Barufi e Jamille Dala Nora


Neste momento tão significativo, onde estamos prestes a comemorar a “I Semana Oficial de Conscientização da Alienação Parental em Porto Alegre[1]”, e o Aniversário da Associação Brasileira Criança Feliz[2], decidimos refletir, e assim surgiram algumas perguntas: Por que? O que buscamos? Por que passamos domingos no Brique da Redenção distribuindo panfletos, e conversando com pessoas estranhas sobre a Importância da Convivência Familiar? Por que às vezes brigamos nas reuniões em busca de uma idéia melhor para divulgar a guarda compartilhada? Por que estamos dispostos a viajar quilômetros para fazer palestras sobre a Alienação parental? Por que nos reunimos no Grupo Vivências, até tarde da noite, para dividir o peso de quem sofre as conseqüências de ser alienado? Por que saímos de nossas casas, largamos nossos trabalhos, e vamos a Instituições de Ensino, Conselho Tutelar, oferecer nossos serviços, gratuitamente - que temos que pagar para fazer isso? Por que muitos de nós se dispõem a abrirem o coração, e dizer ao mundo: “sim eu estou sendo acusado de ter abusado os meus filhos”. Por quê?

Fazemos tudo isto, por que não podemos aceitar as injustiças – talvez sejamos todos filhos da nossa querida Dra. Maria Berenice Dias que sempre diz: “aplicar a lei é fácil, difícil é fazer justiça”. Fazemos isso porque queremos fazer valer o direito de amar e ser amado, queremos conviver com os nossos filhos – e aqueles que não tem filhos se comovem quando pais e filhos são separados injustamente. Fazemos isso por que queremos ser livres para amar pai e mãe e não queremos ser postos em conflito de lealdade, fazemos isso por que queremos um mundo melhor, e sabemos que isso só será possível se criarmos pessoas felizes.

Qualquer um pode aceitar a morosidade do Judiciário, mas nós não;
Qualquer um pode ficar sentado esperando que “alguém” faça alguma coisa, nós somos este alguém;
Qualquer um pode dizer que tudo esta errado, mas nós queremos buscar soluções;
Qualquer um pode dizer que tudo está perdido, e que não existe mais caminho, nós queremos construir pontes;
Qualquer um pode suportar a saudade, nós só a aceitamos com a morte;
Qualquer um pode dizer que não precisamos de pai ou de mãe, nós queremos os dois;
Qualquer um pode aceitar uma sentença injusta, nós recorremos;
Qualquer um pode abrir mão de criar, educar, sustentar, apoiar, cuidar de seus filhos, sejam eles biológicos, ou sócio afetivos, nós não abriremos mão deste direito/dever; e
Qualquer um pode dizer que não pode, nós acreditamos e trabalhamos para poder construir um futuro melhor.

Não pretendemos ser mais um grito passageiro, e sim um caminho a ser seguido por todos que festejam a liberdade de poder construir quantas famílias forem necessárias para encontrar a plena felicidade – mas que devem respeitar o filho que geraram junto com aquele homem ou aquela mulher que não mais pode ser chamado de “amor”, mas que respeitem que aquele “ex amor”, continuará sendo pai ou mãe de seu filho.

Queremos educar, formar, humanizar, respeitar os direitos individuais, proteger a convivência familiar, queremos que nenhuma criança seja manipulada, usada de ferramenta de vingança, cabo de guerra, troféu, moeda de troca, posta em conflito de lealdade, disputada como objeto, abusada moralmente, sexualmente e psicologicamente.

Trabalhamos para: Que no Futuro próximo:












“Que todos conheçam o termo Alienação Parental, e as conseqüências drásticas que causa na vida de crianças e adolescentes, mas que se esqueçam de praticá-la.” (Vereador Mario Manfro)






“Possam prevalecer a ética, e a responsabilidade de todos os operadores de direito e demais profissionais envolvidos nas questões familiares. Que as práticas de Alienação Parental permaneçam no passado. Que as crianças possam, livremente, amar e serem amadas por seus pais. Que o respeito, liberdade, igualdade e a solidariedade sejam base da sociedade que abrigará as crianças de hoje.” (Ana Gerbase, advogada, representante da ABCF/RJ)





"Nossas crianças e adolescentes sejam mais felizes. Para tanto nós adultos precisamos ter a humildade de entender que ao terminar um casamento o que acaba é o subsistema conjugal - marido e mulher - nunca o subsistema parental. Pai e mãe seremos enquanto nós ou nossos filhos existirem. Respeito, ética e amor são substâncias fundamentais para uma vida plena e tranqüila" Sandra Maria Baccara Araújo - Psicóloga - Brasília - DF - sbaccara@terra.com.br





“O mundo seja melhor, e um mundo melhor se constrói com crianças saudáveis, e crianças saudáveis precisam ser criadas por pais saudáveis e equilibrados. E tudo isso se consegue através da educação – conscientização.” (Emerson Belo, psicólogo, facilitador do Grupo Vivências – Um projeto da ABCF.)


“O Poder Judiciário entenda que a morosidade é um dos fatores que mais fomentam as disputas existentes em conflitos familiares. E que necessita se adequar a uma nova era, trabalhando com equipes multidisciplinares, como já escreveu o Juiz Eliézer Rosa ( im A Voz da Toga.,AB ed.,p.85) – “...num futuro, que não estará distante, a primeira instância será colegiada, assistida de psicólogos, educadores, sacerdotes e médicos. Não sei como se possa imaginar um juiz de família e um juiz criminal trabalhando sozinhos, desajustados de tais elementos coadjuvadores de sua obra.” – para contribuir na construção de um futuro melhor para todas as famílias.(Jamille Dala Nora, advogada, Telles e Dala Nora)





“Que o genitor não guardião, jamais seja tolhido de seus direitos em relação a seus filhos.” (Werner, Vice-presidente da ABCF)





“Os advogados familistas sejam mais conciliadores, realmente aprendam que nos processos que envolvem crianças, ninguém ganha quando não se chega em um acordo e conscientização de que os pais devem respeitar os filhos. O papel do advogado é ajudar a família que está passando por um processo de transformação, a encontrar uma maneira de manter o equilíbrio para o bom desenvolvimento do ser humano que geraram juntos. Nós advogados somos passantes na vida de pais e filhos, diferente da relação entre eles, que é indissolúvel. (Melissa Telles, advogada, secretária da ABCF/Porto Alegre)


“A mediação seja a primeira opção de resolução de conflitos familiares.” (Maria Aparecida Dala Nora, advogada, professora de Prática Jurídica e Mediadora de Conflitos Familiares)


“O Judiciário esteja mais atento ao ‘real’ conflito envolvendo a família, atento para não decidir com base em documentos que ‘tudo aceitam’, que realmente dê atenção - descaso e morosidade só servem para prejudicar a criança, pois em muitos casos, estas são tratadas como um troféu. O mundo mudou, hoje o trabalho para cuidar de uma criança é o mesmo, tanto para a mãe quanto para o pai, a real Maternidade ou Paternidade deve ser exercida com igualdade – e que os julgadores vejam, que homem pode trocar fralda, dar mamadeira, que também sabe passar noites acordados embalando o filho – que pai também ama incondicionalmente.”(Alexsandro Beatrici, Sócio Fundador da ABCF)







“O judiciário não seja tão moroso, pois o tempo é um aliado da Alienação Parental.“ (Augusto Caminha, Sócio Fundador da ABCF e Diretor da PPJ/RS)


“O Judiciário olhe definitivamente para as crianças, com seriedade, responsabilidade e comprometimento com os direitos dessas crianças e dos seus pais. Rogo que um dia, o esforço de um Magistrado em dar a uma criança torturada por um pai ou mãe criminosamente repercuta pelo mundo inteiro, e que sirva de mola propulsora para uma mudança de concepção no Judiciário, permitindo que pais e filhos participem dessa grande festa que é a vida. E que Leis não sirvam apenas para esconder e dissuadir direitos mínimos das crianças vítimas de adultos inconseqüentes. (Rafael Luft, Capitão da Polícia Militar RS)





“O Judiciário seja mais ágil na aplicação dos direitos das crianças e adolescentes.” (Paulo Klump, advogado, Conselheiro da ABCF)






“OS direitos e garantias fundamentais das Crianças e adolescentes, sejam realmente respeitados por todos.”(Sérgio Moura, Presidente da ABCF)





“A família, outrora palco de união e felicidade, que hoje o cenário abre a cortina para uma sordidez sem fim – ante as desmedidas agressões mútuas, a separação transforma-se em conflito armado pela artilharia do ressentimento, da frustração, da desforra. Os cônjuges, quando lançados à categoria de separandos, parecem encarnar outras almas, pois esquecem que a criança é vulnerável, no entanto com intuito de vingança buscar prejudicar o outro ex cônjuge utilizando os filhos, que retorne os pais com o mesmo amor e proteção aos seus filhos que são dependentes desta relação. (Evânia, estudante de Direito, TCC em Alienação Parental).





Nas Varas de Família, a lógica que pretende solucionar conflitos, inerentes aos seres humanos, pela atribuição de guarda parece ser falha, fadada ao insucesso. Estabelecer guarda unilateral em decorrência exclusiva de dissenso entre o ex-casal parece ser submeter a criança, em formação, às dificuldades dos adultos, que podem lidar melhor com suas dores e conflitos. Abusos podem ser evitados por intermédio de outros instrumentos ou abordagens. Em outra abordagem, podemos, por exemplo, considerar que a guarda compartilhada, com ampla aplicação e como forma de regular a autoridade parental e eventuais abu sos, é algo claramente favorável ao interesse das crianças e adolescentes.(Elizio Luiz Perez - Juiz do Trabalho da 2ª Região - Responsável pela Consolidação do Anteprojeto da Lei da Alienação Parental










Direitos Autorais:
A coordenação deste texto foi de Melissa Telles Barufi(melissatb@tellesdalanora.com.br) e Jamille Dala Nora (jamille@tellesdalanora.com.br) com a colaboração de: Alexsandro Beatrici, Sócio Fundador da ABCF; Ana Gerbase, advogada, representante da ABCF/RJ; Augusto Caminha, sócio Fundador da ABCF, e Diretor da PPJ RS; Emerson Belo, psicólogo, facilitador do Grupo Vivências – Um projeto da ABCF; Evânia, estudante de Direito, TCC em Alienação Parental; Maria Aparecida Dala Nora, advogada, professora de Prática Jurídica e Mediadora de Conflitos Familiares; Mario Manfro, Vereador; Rafael Luft, Capitão da Polícia Militar RS; Sandra Maria Baccara Araújo - Psicóloga - Brasília – DF (sbaccara@terra.com.br); Sérgio Moura, Presidente da ABCF; Werner Soares, Vice-presidente da ABCF;
Todos os direitos autorais foram cedidos à Associação Brasileira Criança Feliz e ao Blog Famílias e seus Conflitos. Somente è autorizada a publicação, sendo conservada a autoria.











[1] Detalhes da criação da "Semana de Conscientização da Alienação Parental - Porto Alegre" podem ser conhecidos nos links: Calendário Oficial de PoA e Lei da Semana da AP e pareceres.

[2]Associação Brasileira Criança Feliz – Luta pelos direitos de Filhos de pais separados combatendo a Alienação Parental, luta pela Guarda Compartilhada e protege a convivência familiar, Sem fins lucrativos, sem vínculo político, governamental ou qualquer outro tipo de ligação. http://www.criancafeliz.org/

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